Males do corpo e da alma/ rotinas, será o tema da quarta conversa.
Link para a conversa em direto aqui
Em Riba d’Ave, a indústria dos lanifÃcios tem uma enorme expressão e  o trabalho numa fábrica que  emprega massivamente uma população, muitas vezes dando emprego a vários elementos de uma mesma famÃlia,  que há muito vive ou se deslocou para viver em redor dessa mesma fábrica, assume um papel socio-económico relevante na comunidade. As pessoas trabalhando por turnos, ao ritmo das máquinas, expostos a temperaturas e atmosferas adversas e sujeitos a esforços ou privações que interferem na parca vida para lá das altas paredes das fábricas, padecem de  alterações de saúde, que extravasam as situações orgânicas e se imiscuem na dinâmica familiar, por vezes traduzindo-se em problemas de saúde que têm de ser sempre considerados de uma forma holÃstica e biopsicossocial. O desenvolvimento dos Cuidados de Saúde de proximidade,  integradores e personalizados pode ser um bom recurso para amenizar a dureza do que se vive dentro e fora das paredes da fábrica e que se alastra na comunidade.
Convidada: Raquel Braga
É Professora Auxiliar Convidada do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (Porto) e Médica de FamÃlia na Unidade de Saúde Familiar Lagoa, Unidade Local de Saúde de Matosinhos, (desde 2000.)
Fez a sua formação no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, na universidade do Porto e é Doutoranda em Saúde Pública no Instituto Saúde Pública da Universidade do Porto – FMUP.
É Assistente Graduada em Medicina Geral e Familiar, desde 2008 e também nesta área, é Orientadora de Formação EspecÃfica e foi Diretora de Internato da Zona Norte. Entre 2011- 2014 foi Diretora da Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar.
Foi também Membro da Comissão de Ética do ISPUP – FMUP onde atualmente faz parte da equipa de investigação – EPIunit (Epidemiology Research Unit).
Conversas ao pé da porta
Fizemos um primeiro ciclo destas conversas em abril e maio de 2020, em pleno confinamento, quando deverÃamos estar no terreno em ensaios e apresentações do Paisagem efémera – natural e rural em Joane. Não podÃamos sair do pé da porta. Este ano retomamos as Conversas ao Pé da Porta* pela vontade de conversar com os vizinhos, com aqueles que caminham a mesma rua que nós e com quem ainda não nos tÃnhamos cruzado.
A propósito agora do Paisagem Efémera – industrial e urbano em Riba d’Ave, o Programa de Mediação do Teatro da Didascália volta a chamar à conversa entendidos nas matérias. Desta vez, teremos um caminhante de paisagens, uma médica de comunidades, um investigador / respigador de imagens, uma antropóloga do trabalho e um realizador / documentarista. Estes conversadores irão ajudar a equipa artÃstica a maturar o pensamento crÃtico e alargar as possibilidades de olhar mais uma vez como pela primeira vez o seu território de trabalho.
*Todas as conversas serão acompanhadas por interpretação em lÃngua gestual portuguesa