A Ascensão de Arturo Ui, de Bertolt Brecht

No epílogo de “A ascensão de Arturo Ui”, Brecht escreve o seguinte: 

 

“Por isso aprendam a ver e não a fitar.

Aprendam a agir e não falar, só falar.

Por um destes foi quase o mundo conquistado!

Mas os povos reagiram, foi controlado.

Não se julguem, porém, livres do perigo –

Inda dá frutos a cova deste inimigo!”

 

A recente história do mundo tem revelado incríveis semelhanças com um passado sombrio. As estratégias são antigas, alteraram-se os instrumentos para a contemporaneidade. Os projetos autoritários que têm emergido um pouco por todo o mundo não se tornaram menos perigosos que a máfia. Eles encontraram um lugar mediático disposto a ouvi-los e a normalizar os seus discursos de ódio.

Olhemos para dentro das nossas fronteiras e para a mais refinada demagogia com assento parlamentar. Arturo Ui é uma personagem facilmente reconhecível na nossa paisagem política. O seu gangue de mafiosos são personagens muito presentes nas redes sociais, nas mensagens privadas de ódio, nas caixas de comentários dos órgãos de comunicação social, tantas vezes replicadas nas conversas de mesa de café. 

Entretanto, a reconfiguração do sistema político está já em curso e a extrema-direita apresenta-se como terceira força política no panorama nacional. Os discursos de ódio proliferam e os reacionários saem da toca disputando um lugar ao sol.

 

Classificação Etária: Maiores de 12 anos

 

 

Encenação e dramaturgia: Bruno Martins

Assistência de encenação: Cláudia Berkeley

Texto: Bertolt Brecht

Tradução: José Maria Vieira Mendes

Cenografia e figurinos: Catarina Barros

Desenho de Luz: Valter Alves

Sonoplastia e música original: Pedro Souza

Bateria: Martinho Cardoso

Piano: Eduardo Peixoto de Almeida

Operação de som: Ricardo Campos

Intérpretes: Diana Sá, Eduardo Breda, Gonçalo Fonseca, Luísa Guerra, Pedro Couto, Valdemar Santos. 

Produção: Raquel Passos

Fotografia: Paulo Pimenta; TUNA_TNSJ

 

 

Coprodução: Teatro da Didascália, Teatro Nacional São João, Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão

Agradecimentos: MATILHA STUDIO/ João César Nunes