TERRROR TREME TERRA é um projeto artÃstico que investiga os abalos profundos – fÃsicos, simbólicos e espirituais – de um mundo em colapso e constante transformação. Propõe a criação de espaços colaborativos entre artistas, em diálogo com comunidades locais, para escutar os movimentos subterrâneos da terra, confrontando desastres ecológicos, crises humanas e ruÃnas tecnológicas. Apesar do cenário de catástrofe, o projeto afirma uma ética da pulsão de vida, reconhecendo a morte como parte de um ciclo contÃnuo de recriação. Enraizado em pensamentos ambientalistas e decoloniais, ecoa vozes como Ailton Krenak, Davi Kopenawa, Nego Bispo e Julieta Paredes, defendendo um equilÃbrio sensÃvel entre natureza e tecnologia, humanidade e não humanidade.
A criação coreográfica, conduzida por Dally Schwarz, parte da imagem do cÃrculo, sÃmbolo ancestral e universal – para gerar movimentos que nascem no corpo e se expandem ao espaço coletivo. Inspirada em lutas de chão e práticas corporais de diversas culturas (jiu-jitsu, huka huka, luta livre), a pesquisa enfatiza o contato, a queda, a resistência e a energia primal.
Sob a investigação de Marcos Aganju, o eixo sonoro explora a relação entre ambiente natural e espaço tecnológico. Sons não humanos e sinais agudos (como apitos metálicos) são incorporados como dispositivos de presença, alerta e comunicação.
TERRROR TREME TERRA é um gesto coletivo de criação que escuta a terra, atravessa o corpo e convoca a comunidade para um cÃrculo vivo onde a arte se torna ritual, luta e reinvenção.