Cafelina é um trabalho multidisciplinar que funde a linguagem do circo contemporâneo com a pintura de café. Uma peça que expressa o universo de uma personagem feminina que bate no aroma do café, um aroma que contém passado, presente e futuro, que guarda histórias que o mundo ainda não reconheceu: a mulher do café, a mulher que semeia, colhe, produz, a mulher invisível que é o moinho de café, que mói o grão e que nesta história decide despejá-lo numa tela branca. 

Na obra, Cafelina recria o universo de uma mulher que, em contacto com o café, flui na liberdade do seu ser, como um pássaro que sai da sua casca para se abrir e voar perante a realidade. Cafelina junta a imagem de uma mulher pássaro que se descobre através de muitas formas-máscaras com a imagem de uma mulher artista que na intimidade é transparente, suave e criativa, e ao mesmo tempo é uma mulher estruturada, reta e rígida como um sistema de embalagem de café desde a moagem até ao consumo. Perante esta analogia, a mulher interroga-se: se não posso beber o café, o que é que faço com ele?

Cafelina é uma peça sensível e íntima que expõe o imaginário feminino que anseia por se libertar das opressões do sistema patriarcal que as contém.