Alan e Alvin nascem no mesmo dia, com três anos de diferença e a 15.000 quilómetros de distância, em Kuala Lumpur, na Malásia, e em Recife, no Brasil. Por coincidência, em 2017, ambos decidem aprender e dedicar-se ao mesmo aparelho de circo: a roda Cyr. Em 2020, encontram-se enquanto estudantes da mesma escola de circo no norte de Portugal e começam a descobrir a suas semelhanças. Como imigrantes, Alan e Alvin refletem sobre as suas características e experiências em comum ao construir uma segunda casa longe das suas terras natais, procurando o conforto e transformando pessoas e geografias desconhecidas em lugares de pertencimento.
Rima sugere, de forma simples e sensível, uma narrativa simbólica cuja linguagem central é a roda Cyr, apresentada como um elemento vivo e um símbolo do espaço, do movimento e da relação entre de duas peças consonantes dentro do mesmo (uni)verso. O público é convidado a identificar-se com essa experiência universal de buscar por um lar e construir conexões significativas, independentemente das origens geográficas.
O poema é onde a música do mundo ressoa, e métricas e rimas são meramente correspondências, ecos da harmonia universal. Inspirado na paráfrase de Octavio Paz, Rima sugere uma narrativa poética sobre a relação entre duas pessoas de geografias estranhas que se coincidem e se apoiam na construção de algo novo em comum.