Uma rapariga de 22 anos decide regressar ao ano de 1972 para se encontrar com cantor e poeta José Afonso. Numa luta incessante pelo plano perfeito, sucedem-se as tentativas falhadas. Como uma espécie de epifania, surgem recados codificados em poemas. Telefonemas insólitos. Um Arquivista que trabalha dentro do guarda-vestidos. É uma longa história.
Esta rapariga que acredita poder viajar no tempo sou eu. Preciso de recorrer ao meu herói do passado para me ajudar a pensar o futuro. Há um problema: ele partiu 10 anos antes de eu nascer, no lugar onde viveu os seus últimos anos: Azeitão. É lá que vivo desde sempre. Eu e o Zeca passeámos pelos mesmos jardins, comemos os mesmos bolos no café central, sem nunca nos sentarmos à mesma mesa. A vida empenhou-se em desencontrar-nos. Parece que agora vamos ter de ser nós a fazer o contrário.