Neste terceiro e último ato do Paisagem Efémera – industrial e urbana, o Teatro da Didascália associa-se ao Enterro do Velho – uma tradição popular de Riba d’Ave – que todos os anos junta a população no dia 31 de dezembro para uma última despedida ao ano velho.
Antes que morra, será preciso escrever-lhe o testamento, velar o corpo e só depois enterrar de vez dois mil e vinte e um. Por isso, esta nossa última intervenção artística em Riba d’Ave tomará um formato diferente. Construiremos uma capela mortuária onde permanecerá durante três semanas um caixão em câmara-ardente. Nesse caixão poderão ser depositados todo o tipo de desabafos, pensamentos e lamentos que queremos deixar para trás e enterrar juntamente com o velho ano. A partir desses contributos escreveremos o testamento final, que será lido após a procissão do Enterro do Velho, na noite de passagem de ano.
Dois mil e vinte e um, morreu, ou, está quase a morrer. Estar quase a morrer é como se já estivesse morto. O “quase” é uma suspensão no tempo que anuncia o suspiro final. Em poucas palavras resume-se o percurso de uma vida:
– Foi um ano bom.
– Viveu a vida de forma honesta.
– Amigo do seu amigo.
– Uma vida dedicada aos outros.
E por aí adiante…
É hora de velar o corpo e refletir sobre um ciclo que termina. O corpo estará em câmara-ardente no Mercado de Riba d’Ave, de 29 de novembro a 18 de dezembro. De segunda a sexta-feira entre as 14h30 e as 19h. Aos sábados, entre as 9h e as 13h.
Direção Artística: Bruno Martins
Direção e Coordenação Geral: Cláudia Berkeley
Criadores: António Júlio, Bruno Martins, Margarida Gonçalves, Rui Souza
Programa de Mediação: Vera Santos
Direção Técnica: Valter Alves
Produção: Raquel Passos
Comunicação: Anaïs Proença
Design Gráfico: Rui Verde
Fotografia de Cena: Paulo Pimenta
Registo de Vídeo: Os Fredericos
Assessoria de Imprensa: Central de Informação
Organizado em parceria com Enterro do Velho