Rádio Interferências

July 9, 2022 17:00

Praça Luís Ribeiro | S. João da Madeira


Começámos este périplo em janeiro de 2021 estivemos no Museu do Calçado, no Museu da Chapelaria, estivemos na Casa da Criatividade, na Oliva… mas sobretudo, estivemos com pessoas. Foram 19 meses com pessoas que generosamente partilharam os seus saberes, as suas histórias e o seu tempo, com engenho e arte que ficará na Memória Futura.

Chegamos ao 5º e último processo de criação do projeto INTERFERÊNCIAS 1.0.

Chegados à Praça, assentamos arraiais e aqui construímos a Rádio INTERFERÊNCIAS – uma rádio feita por pessoas.

Dirigidos pelos artistas César Estrela, Cláudia Ribeiro, Pedro Neves e Sara Barros Leitão colocaremos no ar uma hora de rádio feita no momento, para ouvir o pulsar da cidade, através das vozes de quem nela vive ou trabalha.

No sábado, dia 9 de julho, às 17h, sintonize a Informedia 106.3 ou venha à Praça para ver e ouvir em direto a primeira e única emissão da Rádio INTERFERÊNCIAS – uma rádio que liga todos os caminhos.

 

RÁDIO INTERFERÊNCIAS

Na praça, é onde se encontram as conversas. Há conversas sobre o tempo – seja o calor que se faz sentir, seja a nostalgia de nos lembrarmos do nosso tempo (como se agora, o momento que vivemos já não nos pertencesse). Há conversas sobre o que está mal, o que podia estar pior, e sobre ser assim a vida. 

Quando começámos a pensar sobre esta praça, e sobre o que poderia ser a intervenção artística que aqui faríamos, ideias não nos faltaram. Faltou-nos, isso sim, ouvir a praça. 

E descobrimos que essa praça era como um enorme novelo, em que, depois de encontrar a linha, se desenrola sem parar. “Nunca me vou esquecer quando, nesta praça…”, “A primeira memória que tenho daqui, foi quando…”, “Havia aqui uma senhora que…”, “Uma vez, eu vinha por aqui e…”, e as histórias de quem por aqui vive, passa ou trabalha, acumulam-se, acrescentam-se, contradizem-se. 

Como resgatar todas estas vozes, estas opiniões, estas memórias? 

Também aqui não inventamos nada. Tratou-se de continuarmos a saber escutar, até nos contarem que, em tempos, era da praça que Mário Eco lançava uma rádio em altifalantes, passando os discos que as pessoas que por lá passavam pediam. 

Para encerrar o projeto Interferências 1.0, criámos a Rádio Interferências, que terá uma primeira e única emissão. É uma rádio feita pelas pessoas, à nossa medida, feita com os meios que temos. É uma rádio que viaja pelos caminhos do real e do imaginário, que promete dizer um horóscopo que nunca diz, que lhe relata um jogo de hóquei de 1970 que nunca existiu, mas que, sobretudo, interferiu nas vidas de todas as pessoas que a construíram nos últimos meses.

 

 

FICHA ARTÍSTICA

Criação: César Estrela, Cláudia Ribeiro, Pedro Neves e Sara Barros Leitão

Participantes: Ana Margarida Oliveira, António Francisco Sousa, Ivanna Leite, Ilan Leite,  Jorge Paiva, José António Pinho, José Fernando Tavares, Lis Pereira, Maylet Ortiz, Natália Correia, Paulo Pelicano, Teresa Maia, Tomás Barros, Vítor Ferreira e Zangão – o cão guia.

Pessoas-memória: Carlos Marcelo, Isabel Nogueira e Isabel Sousa

Músico: André Soares

Colaboração nas imagens em direto/ Memória Futura: Os Fredericos

Apoio técnico: Filipe Cardu e Valter Alves

Coordenação: Vera Santos

Produção: Anaïs Proença

Fotografia: Inês Brás

Apoios: Informedia, O Regional e Parque América

Produção: Teatro da Didascália e Município de S. João da Madeira

Agradecimentos: António Resende, Artur Nunes, Bina – Restaurante Manhattan, Carla Relva, CASSANDRA, Filipe Leite, Francisco Pessegueiro, Joaquim Jardim, Licurgo Pinho,  Rui Guerra, Paulo Barreira, Susana Costa e Vítor Ferreira.

 

BIOGRAFIAS ARTISTAS 

César Estrela

Polivalente, com percurso interdisciplinar. Começou com formação e actividade profissional em electrónica e programação e, posteriormente, transitou para as artes. Licenciou-se em Teatro, Variante de Produção e Design – Ramo Cenografia na ESMAE. Com formações complementares em teatro físico, teatro sensorial e marionetas. Desde 2009 desenvolve atividade profissional como Artista Cénico, com tónica na concepção plástica e no espaço; Artista Sonoro e Artista Educador pelo teatro e pela performance.

Cláudia Ribeiro

Nasceu em Mirandela, Trás-os-Montes, 1972. Integra o curso profissional de Cenografia e Figurinos, na Academia Contemporânea do Espetáculo. Ganha uma bolsa da Fundação António de Almeida e segue para Londres, frequentado o curso superior de Figurinos e adereços em Wimbledon School of Art.

Regressa em 1994 para coordenar o guarda-roupa do Teatro Nacional S. João, no Porto. No período de 12 anos em que esteve ao serviço do TNSJ. Sai em 2007 para aprofundar o trabalho como criativa em figurinos e adereços, que vinha já a desenvolver de forma independente.

Como freelancer trabalhou com as mais diversas personalidades da área do teatro, música, ópera, ballet, televisão e cinema, João Paulo Costa, Luís Blat, João Grosso, Jorge Pinto, Hélder Costa, António Durães, Joaquim Nicolau, Rui Sérgio Barroca Mateus, Norma Silvestre, João Paulo Seara Cardoso, Isabel Barros, Paulo Castro, José Carlos Garcia, Rui Melo, Magna Ferreira, João Mota, José Rui Martins, Rui Oliveira, Rafael Barreto, Pedro Saavedra, Graeme Pulleyn, Ricardo Simões, Xico Alves.

Na área da coordenação técnica trabalha com diversas personalidades das artes plásticas Cénicas, tendo como mestres Rosa Ramos, Cristina Costa, António Lagarto e Vin Burhman.

Continua a desenvolver o seu trabalho como criadora em diversas estruturas e a lecionar diversas disciplinas na área plástica de cenografia na ESMAE e na área tecnológica lecciona a disciplina de têxteis na Escola Artística Soares dos Reis.

Pedro Neves

PEDRO NEVES nasceu em Leiria em 1977. É documentarista e produtor de cinema, nomeadamente na área do cinema documental. Estudou no Porto, onde concluiu uma pós-graduação e um mestrado em Cultura e Comunicação, variante Documentário, com uma dissertação sobre o documentário dos anos da Revolução de Abril. Em 2007 frequentou um curso de realização de documentários na Escola Internacional de Cinema e Televisão de San António de los Baños, Cuba. Em 2008 fundou a produtora Red Desert Films. Venceu vários prémios com os filmes que realizou e produziu. Foram exibidos na RTP, Canal Plus France, canal Plus Afrique ou TVCine e entraram na competição em mais de 40 festivais nacionais e internacionais, como Clermont-Ferrand, Guadalajara, Doclisboa, Documenta Madrid, Festival de Sevilha, Curtas Vila do Conde, Festival de Curtas de São Paulo, Porto Post Doc, Festival de Salónica, CPH:DOX, entre outros.

Sara Barros Leitão

Porto, 1990. Formou-se em Interpretação pela Academia Contemporânea do Espetáculo, iniciou a licenciatura de Estudos Clássicos na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e iniciou o Mestrado Estudos sobre as Mulheres – Género, Cidadania e Desenvolvimento, na Universidade Aberta. Não concluiu nenhum.

Trabalha regularmente em televisão, cinema e teatro.

Em 2020, fundou a estrutura artística Cassandra, com a qual passou a desenvolver os seus projectos. No fim desse ano, é-lhe atribuído o Prémio Revelação AGEAS / Teatro Nacional D. Maria II.

A mais recente criação é Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa, que estreou em 2021.

Em 2022, torna-se diretora artística convidada do Teatro Oficina para esse ano.