“Peles vegetais e raízes animais – onde acabam eles e começas tu?” convida-te a mergulhar numa experiência de escuta atenta e caminhada sensorial pela paisagem rural e natural de Joane. Através de uma leitura científica e sensível do território, vamos explorar os fios invisíveis que ligam humanos, plantas e fungos – raízes que se estendem debaixo da terra, peles que respiram ao vento, corpos que se tocam sem que nos demos conta.
Neste encontro, questionamos os limites (se é que ainda existem), entre nós e os outros seres vivos. Como se entrelaçam os tecidos vegetais com os sistemas animais e fúngicos? Onde começa a nossa história e onde continua a deles? Caminhando juntos, descobriremos como fungos, ervas e flores não são apenas paisagem, mas parte de uma rede viva, complexa e delicada que nos sustenta.
A sessão será conduzida pela Cristiana Vieira, curadora do Herbário do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto desde 2015, responsável por uma das mais importantes colecções botânicas do país, com raízes que remontam ao século XIX. Tem contribuído para desenhar o futuro da biodiversidade, combinando rigor científico com um profundo compromisso com a sustentabilidade. Para ela, estudar plantas é também uma forma de cuidar do mundo. Cristiana é, além disso, a curadora responsável por todo o ciclo “O que há neste lugar?”.
A participação no encontro é gratuita, mas requer inscrição prévia através de formulário.
Formulário de inscrição
Após o encontro, será apresentado o espetáculo BARK — uma criação de circo contemporâneo pensada para a floresta, para o público e para cinco artistas em cena. Poético, visualmente impactante e provocador, este espetáculo mergulha na relação entre corpo, espaço natural e transformação.BARK é uma coprodução com o DYNAMO Workspace.
O que há neste lugar? é um ciclo de encontros no espaço fAUNA, inserido no meio da natureza e regido pelos ciclos naturais que atravessam as estações do ano. Tal como o espaço se transforma ao longo do tempo, também esta programação se constrói em ciclos, cruzando arte, pensamento e investigação.
Cada encontro convida um/a especialista a explorar a relação entre natureza, cultura e sustentabilidade, através de conversas abertas e da observação. O objetivo é estimular um olhar mais atento sobre o mundo que nos rodeia, refletindo sobre temas ligados à ecologia, ciência e arte.
No final de cada encontro fica a pergunta: o que há neste lugar e como o podemos habitar de forma mais consciente?
Em diálogo com estes encontros que decorrerão de março a junho, o Teatro da Didascália organiza também uma programação paralela que inclui uma seleção de filmes e espetáculos. Esta programação, apesar de independente, está em diálogo direto com os temas abordados nos encontros. Escolhemos obras que exploram diferentes formas de ver e estar no mundo, abrangendo temas como sustentabilidade, natureza e cultura. Estes filmes e espetáculos convidam-nos a refletir sobre as mudanças climáticas, mas também a repensar as maneiras como habitamos o planeta. O público pode participar apenas nos encontros, assistir aos filmes/espetáculos, ou explorar ambas as propostas.