Fardo é uma criação de inverno – a estação da morte. A estação do sono. Onde se sonham outras vidas.
No princípio nada mexe, tudo dorme. Tudo morto… ou tudo sonha: é inverno. Fardos de palha, árvore seca, lenha, máscaras. Tudo em letargo, à espera da vida.
Morrem aldeias. Morrem aqueles que ficam nelas. Mas antes, dormem e sonham.
Fardo é um ritual de inverno. Um entrudo feito sonho. Um ritual de passagem entre o sonho e o térreo, entre a vida e a morte, entre o nada e o riso, que espera o despertar de uma primavera.
Um sonho reparador onde se reúnem forças para um novo ciclo. Um ciclo de melhores colheitas. Um ciclo mais justo. Um ciclo mais perfeito.