Um homem, Senhor Melo, decidiu construir um Museu com objetos que as pessoas fazem existir. Se não fosse o valor que as pessoas lhes atribuem, esses objetos não existiam, diz ele.
Assim, existe o chapéu salva-vida, o pão torrado que alimentou um amor clandestino, a aliança da revolução que acabou com a guerra e a boneca que não se pode partir e a borracha que não se pode gastar. E o frasquinho de que é melhor não falar (é mais fácil se lerem a história – as histórias dos objectos estão escritas).
É isso o Museu da Existência.
O Senhor Melo cita as suas próprias inspirações para a construção desta casa: o “Museu da Inocência”, livro do escritor turco Orhan Pamuk que conta a história de um homem – Kemal, assim se chama ele – que construiu um museu, também intitulado Museu da Inocência, que pode ser visitado em Istambul, na Turquia; e “Um Modesto Manifesto para Museus”, do mesmo autor. Orhan Pamuk, Prémio Nobel da Literatura 2006, advoga que o futuro dos museus é dentro das nossas casas.
É isso o Museu da Existência. Uma casa. Com pessoas e objetos. É isso uma casa. O Museu da Existência.
A coleção do Museu da Existência a apresentar no FAUNA, em Joane, terá objetos de pessoas da comunidade local.